Postar sobre sonhos é como postar um diário íntimo, você acaba dizendo muito mais sobre si do que devia.
Alguns sonhos têm várias versões. Primeiro você sonha de um jeito, depois muda os elementos mas ainda é o mesmo sonho. A primeira versão do sonho que eu tive hoje foi com uma família, que era a minha, mas não era essa exata do mundo real. Meu filho era bem menor, meu pai era outro, minha mãe era a mesma, mas e tinha uma irmã mais nova ou uma filha mas velha que eu não conseguia(no sonho) nem lembrar o nome(e ficava com vergonha de perguntar). Nessa primeira versão, nós entrávamos num estacionamento e nos perdíamos, e as pessoas que estacionaram ali estavam quase todas mortas ou morrendo, abatidas por uma doença extremamente contagiosa. A minha filha ou irmã já estava num estágio avançado da doença(e eu morrendo de medo que ela passasse pro Lucas) e a minha mãe estava contaminada e começando a apresentar as primeiras feridas. Mas, volta e meia aparecia a Denizis e começava a falar da autocura. E a menina, então, começava a praticar, tendo resultados imediatos, mas eu achava que minha mãe não acreditava e, por isso, não ia conseguir se curar.
Na segunda versão do sonho, era eu, Clauky e Lucky entrando no estacionamento. Logo no começo, eu via uma pessoa sem cabeça parada na porta (e depois apareceu a cabeça no lugar), eu tentava chamar a atenção do Lucky e da Clauky e, quando eles olhavam pra trás e viam essa pessoa(uma mulher de vestido branco) começaram a correr. Eu, sem entender, perguntei por quê e eles me disseram que era a Loira do banheiro. "Mas como, se era morena?", ninguém sabia, só se sabia que ela estava impedindo nossa passagem, aí eu fui de encontro com ela e os dois fugiram. Quando ela me tocou eu dei-lhe uma mordida na mão e ela foi embora.
Dentro do estacionamento, todos já estavam mortos ou zumbis, mas nós conseguimos achar uma saída há 3 quadras dali. E tínhamos a impressão que queriam nos prender ali dentro, pois tinha um pessoal contrlando a entrada e saída de carro que, quando nos viu, quis fechar o portão, mas a gente se jogou e conseguiu passar a tempo.
O estranho é que, mesmo sabendo o que havia dentro do estacionamento, nós nunca sequer cogitávamos ir por outro caminho.
Análise: Eu nunca sei o que vou escrever aqui até escrever o sonho. A análise vem enquanto estou escrevendo. Me surgiu a hipótese de que a menina era eu quando mais jovem. Ao longo das minhas experiências oníricas por 24 anos, sempre tive um impasse com minha mãe; ela nunca acreditou nas coisas que eu via ou que dizia. Por exemplo, se tivesse um gnomo no meu armário, ela não acreditava. Eu nunca me pus no lugar ela mas acho que deve ser muito triste não acreditar. Minha mãe diz que não sonha ou que não lembra. Deve ser por isso que, nos meus sonhos, ela tem uma certa dificuldade em entrar na viagem. Ou talvez seja viagem minha :P
O medo a menina contaminar o Lucas, me veio como um relâmpago agora, é muito fácil, é o meu medo de que o Lucas tenha um crescimento prejudicado por falha minha ou da minha criação. É a doença inevitável. E a que precisa de auto-cura ou auto-perdão (Aí entra a Denizis representando a Biodanza).
A segunda parte do sonho remete à minha segunda família, que são meus amigos. A mensagem é a mesma, só mudam os elementos a que foi direcionada. A Loira do banheiro que, quando escrevi o sonho, me pareceu um detalhe nonsense, pode ter um significado de lenda, digo, algum estereótipo antigo, alguma coisa ancestral na minha personalidade que esteja se quebrando. Talvez o fato de termos encontrado a saída e nos arriscado para sair, foi uma dica de que a questão já está resolvida. Nós (no caso, eu, que sou a criadora do sonho), é que insistimos em passar por esse caminho. Isso me lembra Leminski: "nunca cometo o mesmo erro duas vezes, já cometo duas, três, quatro cinco seis, até esse erro aprender que só o erro tem vez." Que fica lindo no papel, mas na nossa vida, nem tanto. :) Estar num estacionamento com pessoas(coisas) mortas (ou passadas) não é muito agradável. rs
PS: Isso me lembra também a carta de Tarô "O Louco", que eu tirei duas vezes seguidas nas duas últimas semanas. A morte de um ciclo e o começo de outro. O sonho se repetiu três vezes. Uma vez com a família e duas vezes com os amigos. Faz muito sentido pensar nas milhares de pessoas mortas no sonho e saber que conseguimos achar a saída. Mas penso na menina da primeira parte. Será que também não é uma tentativa minha de resgatar minha infância? De querer ser a filha além de ser mãe?
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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